1- Como começou a desconfiança de simulações dos
fenômenos mediúnicos?
Isto é privilégio de todas as coisas que apresentam a
possibilidade de engendrar falsificações.
Acreditaram alguns prestidigitadores que o nome de espiritismo,
por causa da sua popularidade e das controvérsias de que era objeto, podia
servir a explorações, e para atrair a multidão simularam, mais ou menos
grosseiramente, alguns fenômenos de mediunidade, como já tinham simulado a
clarividência sonambúlica; e todos os gaiatos os aplaudiram, bradando: Eis
aí o que é o Espiritismo!
Quando se mostrou em cena a engenhosa aparição dos espectros, não
se proclamou que naquilo recebia o Espiritismo um golpe mortal?
Antes de pronunciar tão positiva sentença, deve-se refletir que as
asserções de um escamoteador não são palavras de um evangelho, e certificar se
há identidade real entre a imitação e a coisa imitada. Ninguém compra um
brilhante sem primeiro estar convencido de não ser uma pedra d'água. Um estudo,
mesmo pouco acurado, tê-los-ia certificado de serem completamente outras as
condições em que se dão os fenômenos espíritas; eles, além disso, ficariam
sabendo que os espíritas não se ocupam de fazer aparecer espectros nem de ler a
buena-dicha.
"O Que é o Espiritismo, Fenômenos espíritas simulados."
A situação atual do problema mediúnico, nesta fase de acelerada
transição da vida terrena, exige novos estudos e atualizadas reflexões sobre a
Mediunidade. As descobertas científicas do nosso tempo, especialmente na
Física, na Psicologia e na Biologia, confirmaram decisivamente a teoria espírita
da Mediunidade, a ponto de interessarem os próprios cientistas soviéticos pela
obra do racionalista francês Allan Kardec, segundo as informações procedentes
da URSS. As teorias parapsicológicas, confirmadas pelas mais rigorosas
experiências de laboratório, pareciam inicialmente contraditar os conceitos
espíritas, firmados em meados do século passado e por isso mesmo suspeitos de
insuficiência. Todos os fenômenos mediúnicos reduziam-se ao plano mental, a ponto
de substituir-se as palavras alma e Espírito pela palavra mente. Instituía-se
um mentalismo psicofisiológico que ameaçava todas as concepções espiritualistas
do humano.
Durou pouco essa ameaça. Após dez anos de pesquisas repetitivas
sobre os fenômenos mais simples, como clarividência e telepatia, outros
fenômenos, mais complexos e profundos, impuseram-se à atenção dos cautelosos
pesquisadores, que começaram a levantar, sem querer, as pontas do Véu de Ísis.
Num instante a invasão das áreas universitárias da América e da Europa, com
repercussões imediatas nos grandes centros culturais da Ásia, pelos fenômenos
de aparições, vidência, manifestações tiptológicas e de levitação de objetos
sem contato, bem como os de precognição e retrocognição, levaram o Prof. Joseph
Banks Rhine, da Universidade de Duke (EUA) a proclamar com dados experimentais
de inegável significação, que o pensamento não é físico, o mesmo se aplicando à
mente. Rhine se expunha ao temporal de críticas e ironias, expondo a
Parapsicologia à excomunhão cultural. Vassiliev, da Universidade de Leningrado,
propôs-se a provar o contrário, através de uma série de experiências, mas não o
conseguiu. Desencadeou-se então, no mundo, o que a Encyclopaedia Britannica
chamou de psychic-boom, uma explosão psíquica mundial. Os fenômenos mediúnicos
conseguiram, afinal, a cidadania científica que as Academias lhe haviam negado.
Parodiando uma expressão de Kardec sobre o hipnotismo, repudiado durante anos
pela Academia Francesa, podemos dizer que a Mediunidade, não podendo entrar nas
Academias pela porta da frente, entrou pela porta da cozinha, ou seja, dos
laboratórios.
O reconhecimento científico da realidade dos fenômenos mediúnicos
afetou beneficamente o Espiritismo, mas trouxe-lhe também algumas desvantagens.
Muitos espíritas se deslumbraram com o fato e julgaram-se capazes, embora sem o
necessário preparo, de criticar e reformar Kardec, o vencedor, como se fosse um
derrotado. Com isso pulularam as inovações teóricas e práticas no Espiritismo,
aturdindo particularmente os iniciantes, que afluíram em massa às instituições
doutrinárias.
O que daí por diante se publicou, em jornais, revistas, folhetos e
livros, a pretexto de ensinar Espiritismo e Mediunidade, foi uma avalanche de
pretensões vaidosas e absurdos desmedidos.
Por toda parte surgiram os profetas da nova era
científico-espírita, além do charlatanismo
interesseiro e ganancioso dos professores contrários à doutrina,
que se julgavam mais capazes de refutar Rhine do que o veterano Vassiliev. Hoje
ainda perduram as confusões a respeito. Afirma-se tudo a respeito da
Mediunidade: é uma manifestação dos poderes cerebrais do humano, esse computador
natural que pode programar o mundo; é uma eclosão dos resíduos animais de
percepção sem controle de órgãos sensoriais específicos; é uma energia ainda
desconhecida do córtex cerebral, mas evidentemente física (Vassiliev); é um
despertar de novas energias psicobiológicas do humano, no limiar da era
cósmica; é o produto do inconsciente excitado; é uma forma ainda não estudada
da sugestão hipnótica. Ninguém se lembra da explicação simples e clara de Kardec:
é uma faculdade humana.
"como eu entendo a mediunidade, Jose Herculano Pires,
Introdução"
2- Quais os
cuidados que Kardec recomendava para não cair-se nas mãos de enganadores?
Sabe-se os Espíritos,
por causa da diferença que existe em suas capacidades, estão longe de estar
individualmente de posse de toda a verdade; que não é dado a todos penetrar
certos mistérios; que seu saber é proporcional à sua depuração; que os
Espíritos vulgares não sabem mais que os homens, e mesmo menos que certos
homens; que há entre eles, como entre os últimos, os presunçosos e os
pseudo-sábios que crêem saber aquilo que não sabem; sistemáticos que tomam as
suas idéias pela verdade... árbitros da verdade. Em semelhante caso, que fazem
os homens que não têm, neles mesmos, uma confiança absoluta? Apegam-se à
opinião de maior número, e a opinião da maioria é seu guia. Assim deve-se ser
com respeito aos ensinos dos Espíritos que disso nos forneceram, eles mesmos,
os meios.
A concordância dos
ensinamentos dos Espíritos é então o melhor controle; mas é preciso que ela
tenha lugar em certas condições. A menos certa de todas, é quando um médium
interroga, ele mesmo, a vários Espíritos sobre um ponto duvidoso; é bem evidente,
que se ele está sob o império de uma obsessão, e se estiver influenciado por um
Espírito enganador, esse Espírito pode lhe dizer a mesma coisa sob nomes
diferentes. Não há, não mais, uma garantia suficiente na conformidade que
podemos obter pelos médiuns de um só centro, porque eles podem sofrer a mesma
influência. A única garantia
séria está na concordância que existe entre as revelações feitas
espontaneamente pela mediação de um grande número de médiuns, estranhos uns aos
outros, e em diversos países. Concebe-se
que não se trata aqui das comunicações relativas a interesses secundários, mas
daquelas que se relacionam aos princípios mesmos da Doutrina...
O primeiro controle é,
sem contradita, aquele da razão, à qual é necessário submeter, sem exceção, tudo
aquilo que venha dos Espíritos; toda teoria em contradição manifesta com o bom
senso, com uma lógica rigorosa, e com os dados positivos que se possui, mesmo
que seja assinada por nome respeitável, deve ser rejeitada. Mas esse controle é
incompleto em muitos casos, devido à insuficiência de luzes de certas pessoas e
da tendência, de muitos, de manter seu próprio julgamento como árbitro único da
verdade. A única garantia
séria está na concordância que existe entre as revelações feitas
espontaneamente pela mediação de um grande número de médiuns estranhos, uns aos
outros, e em diversos países.
Tal é a base sobre a
qual nós nos apoiamos quando formulamos um princípio da Doutrina; não é porque
esteja de acordo com nossas ideias que o damos como verdadeiro; não nos
colocamos de nenhuma maneira como árbitros superiores da verdade, e não dizemos
a ninguém: Crê em tal coisa,
porque o dizemos. Aos nossos
olhos, nossa opinião não é mais que uma opinião pessoal, que pode ser certa ou
falsa, porque não somos mais infalíveis que ninguém. Não é mais porque um
princípio nos é ensinado que é para nós a verdade, mas porque recebeu a sanção
da concordância.”
3- Como os críticos
do espiritismo buscavam e ate hoje buscam meios de desmentir a doutrina?
Os críticos
tem um pensamento único de igualar todas as manifestações sejam serias ou
simplesmente levianas, como se fossem uma só coisa dentro do espiritismo,
atacam a doutrina julgando ela ser apenas uma manifestação dos homens, mas se
esquecem de realmente estudar a fundo o que vem de cunho espiritual, muitos
dizem ler sobre o espiritismo, ou mesmo ao assistir uma sessão de cartomancia,
e acreditam que vendo esses meios são capazes de ali resumir tudo que acontece
em integra nas manifestações serias e estudos reais, atacam com ideias construídas
sobre bases fracas, que qualquer um que estude um pouco mais, consegue ver o
tamanho do erro que se utilizam os críticos para atacar a tudo, o homem
simplesmente acredita naquilo que quer, e quando se põe com ideias já formadas
sem se dar uma abertura para analisar melhor os fatos, mostram que não estão
realmente preparados para começar a entender a doutrina que nos foi passada
pelos guias espirituais.
“O
erro de todos está em crerem que a fonte do Espiritismo é uma só, e que se
baseia na opinião de um só homem; daí a ideia de que poderão arruiná-lo,
refutando essa opinião; eles procuram na Terra uma coisa que só achariam no
Espaço; essa fonte do Espiritismo não se acha num ponto, mas em toda a parte,
porque não há lugar em que os Espíritos se não possam manifestar, em todos os
países, nos palácios e nas choupanas”. (O que é o Espiritismo).
4- Diga exemplos de perseguições que ao
invés de desmoralizar o espiritismo, ao contrario, o ajudava a divulgar, e diga
o porque?
O
espiritismo sempre foi atacado de diversas formas, eram livros escritos com
dizeres de quem afirma ter total conhecimento sobre os assuntos, porem nunca
sequer assistiram realmente a uma reunião, temos os que visitando obras artísticas,
com sabidamente atores ou enganadores que se utilizam do espiritismo pra se
divulgar, outros que hoje em dia usam de palavras de estudos de outros, ou ate
mesmo de falsificações de grandes nomes do espiritismo, para mostrar que seus
pontos de vista estão corretos e que em tudo o espiritismo é uma mentira.
Temos
visto com o crescimento da internet, pessoas que buscam usar a própria doutrina
espírita, para desmentir a doutrina espírita, o que a primeira leitura achamos
ver uma pessoa com conhecimento do que fala, ao aprofundar a nossa visão, vemos
que o mesmo critico, se perde desesperadamente tentando refutar cada argumento
com algo que não tem tanto a ver, ainda mais quando sabemos que cada caso é
diferente, tendo sempre que utilizarmos de pesquisa e estudo serio para uma análise
dos fatos, e ainda mais quando afirmam seus pontos de vista, fazendo
julgamentos, dessa maneira já provam que pouco puderam aprender com esta
doutrina, que nos ensina a não julgar.
Esses
ataques a doutrina, vem trazendo muitas vezes mais partidários do que inimigos,
pois
podemos
ver que quando algo é tão perseguido, acaba causando curiosidade, e quando a
curiosidade quebra a inércia e faz a pessoa buscar conhecimento, acaba fazendo
com que os mesmos críticos sejam divulgadores daquilo que queriam combater, e
muitos estudiosos sérios, tendo conhecimento maior sobre a doutrina, veem seu
aspecto serio e acabam por também aderir a mesma, engrossando assim o numero
daqueles que vem se unindo ao espiritismo, e muitos dos próprios críticos,
tendo que aprender algo sobre aquilo que criticavam, acabam enxergando erros e
assumindo que muitas coisas não eram da maneira com que antes visualizavam.
"
A nossa atenção é sempre chamada sobre aquilo que vemos atacado; há muita gente
que quer ver os prós e os contras, e a crítica faz aparecer a verdade, mesmo
aos olhos daqueles que não a procuravam aí; é assim que muitas vezes, sem
querer, se faz reclamo do que se quer combater.
A questão dos Espíritos é, por outro lado, tão palpitante de
interesse, choca a tal ponto a curiosidade, que basta assinalá-la à atenção,
para que nasça o desejo de aprofundá-la."
(O que é o Espiritismo, primeiro dialogo, o critico, 6° Pergunta )